quarta-feira, 8 de junho de 2011

MODA ORIENTE MÉDIO

O véu foi originalmente introduzido nas antigas civilizações da Pérsia e da Mesopotâmia e mais tarde, na cultura greco-romana. Caracterizava o status feminino elevado, conferindo-lhe uma certa inacessibilidade. Tornou-se, também, uma referência das damas cristãs em Bizâncio e na Idade Média ocidental.
Instituiu-se o uso do véu no século VI, na Arábia, para que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade.
Seu uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça.


Com o tempo, o véu - burkas, xadors e abayas - veio a cair nas mãos de uma intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia entre os fundamentalistas: wahabbitas da Arábia Saudita, radicais xiitas do Irã pós-Khomeíni, talibãs afegãos e guerrilheiros do Hamas, na Palestina. Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria indumentária. Países como o Iraque e o Líbano, nas últimas décadas, promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus costumes.
Hoje em dia, esta questão se reverte, pois muitas mulheres muçulmanas passaram a reivindicar o uso do véu, tanto no Oriente Médio quanto na Europa, como uma afirmação de sua identidade religiosa e como um ato de resistência cultural.


Foto registra modelos iranianas que participam da Semana de Moda de Teerã. Nos desfiles, a música é tradicional e o figurino deve seguir regras islâmicas, tais como o uso do xador — véu que cobre o corpo feminino — e de cores neutras.

O xador ou chador é uma veste feminina que cobre o corpo todo com a exceção do rosto. O termo xador refere-se à veste usada no Irã, e obedece ao hijab, o código de vestimenta do Islã.

O niqab é um véu que cobre o rosto e só revela os olhos, usado por algumas mulheres muçulmanas; o niqab pode cobrir também os olhos com um tecido transparente. Geralmente é feito de algodão ou poliéster, tendo no preto a sua cor mais comum. É frequente nos países da Península Arábica, mas também pode ser encontrado em outros países de tradição religiosa muçulmana. As mulheres que o usam são chamadas de niqabi ou munaqaba.

Hijab  é o conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica. No Islã, o hijab é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade, ou ainda "o véu que separa o homem de Deus". O termo "hijab" é, por vezes, utilizado especificamente em referência às roupas femininas tradicionais do Islã, ou ao próprio véu.

A abaya "manto"  é longa sobre vestuário , essencialmente, um manto como o vestido, usado por algumas mulheres em algumas partes do mundo islâmico .

A burqa ou burca é uma veste feminina que cobre todo o corpo, até o rosto e os olhos. É usada pelas mulheres do Afeganistão e do Paquistão, em áreas próximas à fronteira com o Afeganistão.


Sob o véu, iranianas 'turbinam' o visual



O uso do tradicional "chador" - um véu largo e comprido que cobre a cabeça e o corpo - é obrigatório, de acordo com a Sharia, lei imposta após a Revolução Islâmica de 1979. As mulheres que desrespeitam a lei podem ser multadas, chicoteadas ou presas.


Mas isso não impede que as iranianas se preocupem com a beleza.
 Hoje, um crescente número delas estão se submetendo a cirurgias por um novo nariz ou uma barriga sequinha, lipoaspirações, liftings das pálpebras (procedimento que retira o excesso de gordura) ou colocando próteses de silicone.


Dezenas de centros de beleza, incluindo spas e salões, se multiplicaram em Teerã (a capital e principal cidade da República Islâmica do Irã  a antiga Pérsia ) com a promessa de melhorar a aparência feminina.
De acordo com as leis islâmicas, os homens podem casar com até quatro mulheres permanentes e quantas “mulheres temporárias” quiser, por meio de contratos religiosos que podem durar por algumas horas até muitos anos. As mulheres que aceitam os casamentos temporários são divorciadas ou viúvas.
As mulheres, por sua vez, precisam da permissão do marido para trabalhar ou viajar para o exterior e estão em situação de desvantagem em relação aos homens quando o assunto é divórcio ou direitos de custódia.


Mas com o maior número de mulheres com grau superior em relação ao de homens, o sexo feminino tem mais direitos e oportunidades do que em muitos outros países do Oriente Médio. Muitas mulheres são donas do próprio negócio e ocupam importantes cargos executivos. Elas podem exercer praticamente todas as profissões, com exceção de juiz ou presidente de um país.


A socióloga Mahtab Sarvari disse que o número crescente de mulheres que pagam para melhorar sua aparência é parte de um esforço para melhorar seu papel na sociedade. “As mulheres iranianas estão se tornando mais e mais independentes. Dar mais atenção à aparência é parte desse processo”, avaliou ela.


By Sandra

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